26 setembro 2006

Vi no orkut da minha amiga Milena e achei muito interessante!

"Já perdoei erros quase imperdoáveis, tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis. Já fiz coisas por impulso, já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também decepcionei alguém. Já abracei pra proteger, já dei risada quando não podia, fiz amigos eternos, amei e fui amado, mas também já fui rejeitado, fui amado e não amei. Já gritei e pulei de tanta felicidade, já vivi de amor e fiz juras eternas, "quebrei a cara" muitas vezes! Já chorei ouvindo músicas e vendo fotos, já liguei só para escutar uma voz, me apaixonei por um sorriso, já pensei que fosse morrer de tanta saudade e tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo)! Mas vivi! E ainda vivo! Não passo pela vida... e você também não deveria passar! Viva!! Bom mesmo é ir à luta com determinação, abraçar a vida e viver com paixão, perder com classe e vencer com ousadia, porque o mundo pertence a quem se atreve e a vida é MUITO para ser insignificante."
Charlie Chaplin

25 agosto 2006

Soneto de Felicidade



De tudo, ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa (me) dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.

Vinicius de Moraes

02 agosto 2006

O centenário do 14-Bis

Conhecido como o pai da Aviação Santos Dumont nasceu no dia 20 de julho de 1873, na fazenda de Cabangu, perto de Palmira, hoje Santos Dumont, em Minas Gerais. Faleceu aos 59 anos e durante os anos em vida conseguiu deixar a sua trajetória marcada pela sua experiência em vôos mirabolantes, persistência e por ter acreditado em seus sonhos.
Desde criança mostrou-se muito dedicado a área de mecânica. Enquanto adolescente inspirava-se nas obras de Júlio Verne, os quais com suas arrojadas previsões sobre o progresso da ciência, lhe causaram impressão profunda. Seu pai de ascendência francesa, Henrique Dumont, engenheiro e próspero fazendeiro de café, viajou com a família para Europa no intuito do seu filho Santos Dumont estudar física, química, mecânica e eletricidade em Paris, na esperança de ser o lugar ideal para que ele desenvolvesse suas aptidões.
Dotado de inteligência ímpar, sempre progredindo nos seus conhecimentos e experiências de mecânica, Dumont dedicou-se inicialmente ao automobilismo, mas não demorou em seguir a carreira de aeronáutica, concentrando-se o seu objetivo na conquista do ar. Nesse período dois pensamentos o dominaram: o balão pode ser dirigido e o motor tem que ser forte e leve. Teve grandes experiências ao manifestar interesse pela construção de balões, chegou a fazer trinta ascensões em balões alugados, enfrentando dificuldades e perigos para aprender o que precisava. Mostrando astúcia e perspicácia, fabricou com operários contratados, um balão usando pela primeira vez, seda japonesa envernizada, e em singela homenagem à sua pátria mãe, o batizou de “Brasil”. O balãozinho tinha um volume de apenas 113 m3 , quando a média era de 500 a 3.000 m3 , e, com suas pequenas proporções, que criavam um problema aparentemente insolúvel de manutenção da estabilidade. No entanto, foi considerado um notório feito em técnica. O “Brasil” foi pilotado pela primeira vez em 04 de Julho de 1898, no Jardim Aclimação, em Paris.
Nessa mesma época Santos Dumont, decidiu testar a utilização de um motor a gasolina em aeróstatos, o que representaria um grande passo para solucionar o problema da sua dirigibilidade. Surgiu então o seu segundo balão, “A Música”, um pouco maior que o anterior e subiu mais alto. O terceiro balão criado era bem arrojado, semelhante a um charuto, possuía leme e hélice, sendo chamado de “Santos Dumont n°1”. Pesando 30 kg, com 25 m de comprimento, 3,5m de diâmetro e volume de 180m3, o balão era impulsionado por um motor de 3,5 HP, a gasolina. Seria a primeira vez que se aplicava motor a um balão, coisa que até então inimaginável. O fato de ter rasgado ao subir, não ofuscou o brilho do momento em que, Santos Dumont, rodeado de centenas de pessoas, alcançou o ar imbuído pelo impulso de uma salva de aplausos.
As experiências de Dumont ficaram conhecidas no mundo inteiro. Cada nova invenção que realizava, era numerada e aperfeiçoada uma a uma, sempre na intenção de conseguir chegar a aeronave que demorasse mais tempo no ar.
Com o “n° 5” tentou ganhar o prêmio Deutsch no valor de cem mil francos, precisando, para isso, alcançar o feito de realizar com seu invento uma volta em torno da Torre Eifel. Na ocasião, devido a um escapamento de gás, foi de encontro a umas pedras e isso quase lhe custou a vida. Entretanto isso não intimidou, disputando novamente o prêmio Deutsch com o “n°6”. A nova máquina de 32 metros de comprimento por 6 metros de diâmetro, realizou a subida na presença de inúmeras pessoas, em 1901. Durante mais de uma hora manobrou com facilidade, dando-se apenas, na decida um pequeno acidente. Todos acharam que o prêmio estava ganho. Essa porém, não foi a opinião do júri, o que deu motivo a inúmeros artigos apaixonados nos jornais. O caso foi resolvido pelo próprio Deutsch, que entregou os cem mil francos a Santos Dumont. Este, demonstrando que possuía além de uma enorme criatividade também um senso enorme de generosidade, distribuiu o valor ganho entre os operários e os pobres.
As últimas experiências foi com o “14-Bis”, que o fez ganhar no dia 23 de outubro de 1906, a taça Archdeacon e um prêmio em dinheiro no valor de três mil francos. Com o “14 Bis” Santos Dumont conseguiu chegar a 100 metros distantes do solo. A população gritou entusiasmada, acenando com as mãos e os lenços, pois sabiam que Santos Dumont havia conquistado o céu e as alturas, num aparelho mais pesado que o ar.
Cansado de lutar tantos anos, voltou ao Brasil, onde fixou sua residência, tendo antes feito uma série de viagens pela Europa e América. Porém, o grande dissabor do Pai da Aviação foi ter visto o seu invento empregado como arma destruidora na Primeira Grande Guerra Mundial.
Muitos anos se passaram e com a evolução da tecnologia e os primeiros passos de Santos Dumont, o homem também criou asas e armas bem mais pesadas que o ar, conseguindo destruir vidas, quebrar esperanças e redimir sonhos. No entanto, a despeito do uso indevido e irracional do seu invento, sua experiência serve de exemplo para demonstrar que, para aqueles que conseguem enxergar além do que lhe é mostrado no horizonte, nem o céu é o limite.
Tatiane da Hora

18 julho 2006

Resenha do Livro A Sangue Frio

Em meio as mais variadas obras de ficção surge um novo modelo de se contar uma história. Ricas em detalhes minuciosos, o livro reportagem “A Sangue Frio” de Truman Capote, conta a história do trágico assassinato dos quatros membros da família Clutter.
Baseado em fatos reais Truman Capote levou seis anos colhendo dados, fazendo reportagem e entrevista que pudesse ajudar no desenvolvimento do seu livro reportagem. O crime aconteceu na madrugada do dia 15 de novembro de 1959, na fazenda das vítimas em Holcomb, uma vila no oeste do Kansas no centro dos Estados Unidos. Ao redor da fazenda na existia vizinhança por perto, só uma pequena casa com poucos cômodos que abrigava o velho empregado da fazenda, sua esposa e um filho - que na noite do crime estava doente. A noite estava fria quando quatro disparos juntaram-se ao barulho da “histeria aguda dos coiotes, o arrastar seco de folhas sopradas com o vento e o lamento distante dos apitos da locomotiva”, nada se pode ouvir naquela noite, nem gritos, nem sussurros e nem pedidos de socorro, parecia ser um crime perfeito.
Foram quatro pessoas assassinadas de uma mesma família, Hebert William Clutter era o dono da fazenda, tinha 48 anos, forte e muito respeitado na vila. O sr Clutter como era chamado, não possuía inimigos, homem correto, digno e muito religioso, vivia para sua família. Sua esposa a sra Bonnie Fox tinha 45 anos, mal saía de casa, vivia doente cm leves problemas nervosos. Passava a maior parte do seu tempo lendo livros ou na sua janela onde apreciava o lindo jardim da sua residência. Com eles moravam os dois filhos adolescentes, Nancy Clutter e Kenyon Clutter. Nancy era uma garota meiga, inteligente e muito atenciosa, possuía cabelos lisos o qual escovava cem vezes pela manhã e cem vezes pela tarde. Sempre dotada de grandes qualidades o que mais gostava de fazer era andar a cavalo com sua melhor amiga Susan, a qual dividia o seu sonho de entrar na Universidade de artes. Kenyon Clutter seu irmão caçula não era de muita conversa, gostava de caçar faisões e coiotes.
Nem ouve tempo para despedidas cada um foi assassinado e amarrado de uma maneira diferente com as bocas amordaçadas com fitas adesivas. Os assassinos fugiram levando quarenta dólares, um rádio Zenith e um par de binóculos.
Perry Edward Smith de 36 anos e Richard Eugene Hinckcok 33anos, foram os autores do crime que abalou os Estados Unidos naquela época. Perry filho de irlandês com índia cherokee, assaltante, tocava gaita e violão, dele partiu os quatros tiros que tirara a vida da família Clutter. Já Hinckcok era filho de um casal de fazendeiros pobres, tinha sido mecânico, assaltante e assassino de um negro, e foi ele quem teve a brilhante idéia de planejar o drástico fim dessa família.
Ambos foram condenados a pena de morte no dia 14 de abril de 1965, quase seis anos depois da tragédia. Perry Smith na hora de sua sentença de morte mostrou-se arrependido e pediu desculpas. Hinckcok não se arrependeu mantendo a classe e seu olhar frio.
Ler o livro “A Sangue Frio” é como se a todo tempo estivéssemos cara-á-cara com os assassinos. Truman Capote apesar de muitas vezes exagerar nos detalhes nos leva a imaginar a cada página, o cenário onde se passou a história. Extremamente envolvente o livro consegue prender atenção do leitor em alguns momentos, em outros - devido aos detalhes – atrapalha um pouco o leitor, que se perde na leitura tendo que voltar a página anterior para dar continuidade.
Apesar da riqueza de conteúdo que compõe o livro reportagem, achei o livro um pouco cansativo mais muito interessante. A forma como Capote utilizou na coleta de dados das entrevistas foi muito curioso, segundo ele não utilizou o gravador e nem tomou nota na frente dos entrevistados e ainda assim teve um aproveitamento de noventa e cinco por cento. É difícil de acreditar numa coisa dessas já que de acordo com o livro ele entrevistou dezenas de pessoas e conseguiu lembrar de todas as entrevista, é complicado. Mais vale a pena sim, mergulhar nesse novo gênero que o autor criou, um romance literário investigativo sem ficção como afirma.

30 junho 2006

Negra Bela!!!


"Olha que coisa mais linda,
Mais cheia de graça,
É ela menina, que vem e que passa,
Num doce balanço, a caminho do mar.
Moça do corpo dourado
Do sol de Ipanema,
O seu balançado é mais que um poema,
É a coisa mais linda que já vi passar..."

29 junho 2006

Luta, fé e coragem

Natural da cidade de São Nicolau município de Tanquinho em Feira de Santana, a Sra Maria Genide vendedora ambulante há 20 anos, conseguiu realizar o seu sonho através dos seus dois únicos filhos.
Desde de menina como conta, acordava cedo e trabalhava na pequena roça dos seus pais com seus 13 irmãos. “ A vida nunca foi fácil para mim, meu pai sempre foi um homem digno e respeitado no lugarejo, mas quando criança já passei por momentos difíceis, como tinha muito irmãos, além de trabalhar na roça vendia ovo de galinha para comprar roupa, calçado e ajudar nas despezas em casa,” diz Maria Genide.
Com 16 anos, a mesma resolveu tentar a vida na cidade de Feira de Santana almejando ter uma condição melhor e digna. Seu primeiro emprego foi como empregada doméstica numa casa de família, passou por momentos humilhantes, mas recompensadores. Nesse período terminou o colegial e conseguiu se formar em Magistério, o curso oferecido naquela época, casou-se e teve dois filhos com o Sr. Domingos Sérgio, que convive há 25 anos.
Apesar da pouca experiência, coragem para trabalhar que não faltava. Para melhorar o orçamento de casa começou a vender roupas de casa em casa, viajar atrás de novidades para suas freguesas e com um tempo montou uma barraca de feira onde vendia suas roupas e garantia o sustento de seus filhos. “Eu acordava 4h da manhã, tinha um carro que pegava-me em casa por que a sacola era muito pesada e eu não agüentava carregar. Lá eu armava a banca e colocava minhas confecções em cima, comia na rua quando conseguia vender bem, se a feira não desce boa, não comia para não gastar o dinheiro e faltar para meus filhos,”conta Sra Maria.
Seus filhos sempre estudaram em colégio particular, para ela o futuro deles seria garantido nos estudos. Nunca se importou de gastar em relação ao ensino deles, comprava todo material escolar, fardas, tudo o que a escola exigia todo ano. Para eles nada faltava. “ Já passei fome pelos meus filhos, e hoje sou grata a Deus por todos os meus esforços. A cada ano era uma nova experiência que eu vivia, às vezes não sabia o que fazer para mantê-los na escola, a mensalidade aumentava eu já não vendia mais como antes, sempre tive muita fé em Deus e é ele que me sustenta até hoje e me ajuda na educação dos meus filhos,” argumenta Sra Genide.
Com o apoio do marido a luta para ver os dois filhos formados ainda é grande. Apesar da dura vida que passou, a vitória da sra Maria Genide não demorou a acontecer. Em 2003 ela recebeu a melhor recompensa de sua vida, o seu filho mais novo tinha passado em quatro universidades da Bahia no curso de medicina. “Lembro-me como se fosse hoje, a minha alegria foi tanta que não sabia se ria ou chorava, é uma emoção que nunca pensei em sentir na minha vida,” mostra com orgulho o quadro que fez para ele e os jornais com o nome dele impresso na UESC( Universidade Estadual de Santa Cruz), UFBA (Universidade Federal da Bahia), UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana) e EBMSP (Escola Baiana de Medicina e Saúde Pública).
Sua filha que é a mais velha está terminando a faculdade no curso de Jornalismo, passou primeiro do que o menino e é o orgulho dos pais. “Hoje se Deus me tirasse a vida morreria feliz, e muito feliz, tenho dois filhos maravilhosos, e como em um passo de mágica conseguiu realizar o meu sonho e sonho do pai deles, que foi crescer na vida, não precisando passar pelo o que eu passei”, diz sra Maria Genide com lágrimas nos olhos.

Tatiane da Hora